. Um tanto esquecida nos dias de hoje, Sinhá Olympia, como era conhecida, foi uma das mais populares figuras de Minas Gerais, nas décadas de 50 a 70 do século passado.
Roupas coloridas, chapéus floridos, cajado enfeitado com fitas, flores de papel e outros adereços, Olympia circulava pelas ruas de Ouro Preto conversando com os turistas, contando histórias, tirando fotos, levando alegria e angariando “pratinhas” daqueles que se encantavam com seus casos mirabolantes.
. Mais do que uma figura pitoresca, Sinhá Olympia é para nós um exemplo de como um sujeito psicótico pode chegar a encontrar certa estabilidade e constituir laço social.
Olympia conquistou e legitimou um lugar entre moradores e turistas: dona de fama internacional, com sua aparência exótica e suas narrativas ‘sem pé nem cabeça’, ela construiu um nome, um corpo, uma identidade: Olympia, a contadora de estórias.
Nesta permanente discussão sobre o tratamento possível da psicose, D. Olympia tem a importância de nos fazer lembrar que este saber não está do lado de quem se propõe a tratar, mas do lado do sujeito que fala sobre si. A nós, trabalhadores da saúde mental, cabe a humildade de reconhecer, escutar e acolher este saber, tornando operativo este movimento próprio de cada psicótico |